quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O zique-zira do Sol


(Mensageiro Sideral - Folha) Nossa estrela está prestes a inverter sua polaridade. Por lá, o norte magnético vai virar sul, e o sul vai virar norte. Os efeitos dessa inversão serão sentidos em todo o Sistema Solar. Tempestades aparecerão em Júpiter!

E na Terra? Nada que preocupe, realmente. Apenas um aumento na incidência de auroras boreais e austrais, conforme a quantidade extra de radiação proveniente do Sol interagir com o campo magnético terrestre. Coisa similar deve acontecer em Saturno, onde a sonda Cassini estará pronta para registrar as auroras.

O fenômeno pode soar raro e especial, mas é mais comum que andar para a frente. O Sol inverte sua polaridade a cada 11 anos, num ciclo já bastante conhecido em que ele oscila entre períodos mais ativos (como agora) e mais calmos (como 5,5 anos atrás).

Um pessoal que tem acompanhado isso há bastante tempo é a turma do Observatório Solar Wilcox, da Universidade Stanford, nos EUA. Eles vêm monitorando diariamente o Sol desde 1975. Esta já é, portanto, a quarta vez que eles acompanham uma inversão de polaridade solar.

Você já deve ter lido que o Sol anda um pouco mais rebelde, com umas erupções solares e tal. Tudo parte desse ciclo. Na época do máximo solar, também aumenta a incidência de manchas — regiões marcadas por poderosos campos magnéticos –, e são elas que dão o pontapé inicial para a inversão. Os campos gerados pelas manchas surgem perto do equador e migram gradualmente para o polo, onde primeiro anulam o campo magnético polar para depois fazê-lo inverter a polaridade.

“É como a maré subindo ou descendo”, diz Todd Hoeksema, diretor do Wilcox. “Cada pequena onda traz um pouco mais de água, e no fim das contas você tem a reversão total.”

VARIAÇÕES
O Sol anda muito calminho, com relação a transições anteriores. Mesmo com o aumento de manchas e erupções, ainda assim a quantidade tem sido inferior a de outros momentos de máximo solar. Nossa estrela parece estar numa época de notável calmaria, e ninguém sabe direito por quê.

Isso é uma boa notícia na medida em que reduz o risco de danos a satélites em órbita, redes elétricas e aparelhos eletrônicos. Em momentos de grande atividade solar, eles em tese podem ser afetados.

Outra característica curiosa da atual transição é que ela está ocorrendo em ritmos diferentes para os hemisférios solares norte e sul. No norte, a inversão já aconteceu; no sul, ainda está para virar brevemente. Quando exatamente? Ninguém consegue prever. Só vendo mesmo.

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