sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Astrônomos monitoram inversão dos polos magnéticos do Sol



(Cesar Baima - O Globo) Um dos maiores eventos físicos do Sistema Solar, a inversão dos polos magnéticos do Sol deve ocorrer em algum dia até o fim do ano. O fenômeno acontece a cada 11 anos em média e não apresenta grandes perigos, mas ainda assim é objeto de monitoramento próximo de astrônomos espalhados pelo mundo.

Uma das equipes que está acompanhando de perto a inversão é da Universidade de Stanford, nos EUA. Lá, o Observatório Solar Wilcox monitora a atividade do campo magnético do Sol continuamente desde 1975. Esta será a quarta inversão observada pelos cientistas com os instrumentos em Stanford, com os quais podem identificar o processo a medida em que ele acontece.

O campo magnético do Sol é produzido pelo movimento dos gases quentes a medida que o astro gira e o calor sobe de seu núcleo até a superfície. Sem ele, dizem os astrônomos, o Sol pareceria uma bola de gás transparente e brilhante e não uma esfera mais “sólida”.

Ao longo dos ciclos de 11 anos de atividade do Sol, o campo magnético do astro também vai sofrendo mudanças, que podem ser acompanhadas pela variação no número e localização das manchas solares, áreas na superfície do Sol que parecem mais escuras justamente por causa da intensa atividade magnética nelas. No início dos ciclos, as manchas costumam se formar perto dos polos e gradualmente se movem em direção ao equador solar. Neste ponto, elas desaparecem e as linhas de campo "pulam" em direção a um dos polos, aos poucos “zerando” a força do campo magnético do Sol até que ele inverta suas polaridades.

Ainda de acordo com os astrônomos, a inversão pode momentaneamente aumentar as chances de erupções solares, que se orientadas em direção da Terra podem provocar intensas auroras boreais e austrais e, dependendo de sua intensidade, afetar satélites, sistemas de comunicação e de transmissão de energia. Na última inversão, durante o pico da atividade solar de 2003, o Sol teve 17 grandes erupções em apenas três semanas, incluindo uma recordista classificada como tipo X28, a mais forte já registrada até agora, que temporariamente tirou do ar muitos satélites e permanentemente danificou alguns.

Mais sobre o Observatório Wilcox e seu monitoramento da inversão polar do Sol aqui e neste vídeo:

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