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Um dos transformadores que explodiu durante a tempestade solar ocorrida em 1989, na cidade de Québec, no Canadá.
(Apolo11) Em 1859, uma das mais poderosas tempestades solares atingiu a Terra, induzindo correntes elétricas que incendiaram postos telegráficos e produziram auroras em locais de latitudes tão baixas quanto Cuba e Havaí. Agora, pesquisadores americanos estão alertando diversos órgãos e instituições para saber como agir em caso de uma possível tempestade solar dessa magnitude.
O motivo do alerta é que em setembro de 1859 a atividade solar estava abaixo da média do ciclo, em condições muito semelhantes às que se encontra hoje. Mesmo com atividade abaixo da média, a explosão registrada daquela época produziu o maior bombardeio de prótons já ocorrido em nossa atmosfera. De tão intenso, até hoje os cientistas não sabem como classificar o fenômeno, batizado "evento Carrington".
Apesar dos estragos provocados pela tormenta serem bastante significativos para a época, quando diversos países ficaram sem comunicação telegráfica por vários dias, as condições do cenário atual são bastante diferentes e uma tormenta similar poderia causar enormes sérios prejuízos à sociedade.
Esta semana, cientistas da Nasa e de outros institutos de pesquisa dos EUA se reuniram no Centro Nacional de Imprensa com o propósito de alertar e estimular medidas a serem tomadas caso um evento desse tipo ocorra novamente.
Essa é a quinta edição do SWEF (Space Weather Enterprise Forum) e segundo seus organizadores a meta é aumentar a conscientização sobre o clima espacial e seus efeitos sobre a sociedade moderna, especialmente entre os formuladores de políticas públicas e equipes de emergência.
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Mapa mostra as regiões que seriam atingidas nos EUA caso ocorresse uma tempestade semelhante ao evento de 1921. Crédito: Hydro Québec/Nasa/National Academy of Sciences/Apolo11.com.
Além de congressistas e membros da FEMA (defesa civil americana) e da ONU, participam da SWEF os representantes das maiores companhias elétricas do país, além dos cientistas da Nasa, NOAA e de diversas universidades ligadas à pesquisa solar.
Consequências
Um estudo feito em 2009 pela Academia Nacional de Ciências, dos EUA, mostrou que quase nada está imune à tempestade, nem mesmo a água das residências.
De acordo com o trabalho, todo o problema começa com as redes de distribuição de energia elétrica, consideradas o pilar de sustentação de praticamente todos os serviços modernos existentes e que é extremamente vulnerável às instabilidades do tempo espacial.
Segundo o cientista John Kappenmann, um dos autores do estudo, em poucas horas o sistema de telefonia entraria em colapso e o abastecimento de água e combustíveis funcionaria precariamente. A conclusão de Kappenmann é que 95% da cadeia produtiva moderna deixariam de funcionar.
Simulação
Para estimar o tamanho da pane que uma falha desse tipo pode causar os cientistas empregaram os dados da tempestade geomagnética ocorrida em maio de 1921, que induziu dez vezes mais eletricidade que a tempestade de 1989. Os dados foram introduzidos no modelo representativo da malha atual de distribuição norte-americana. Para espanto dos pesquisadores os resultados mostraram que um surto semelhante acarretaria a destruição de pelo menos 350 transformadores principais, deixando 130 milhões de pessoas sem energia elétrica.
Danos Catastróficos
De acordo com a simulação, uma repetição do Evento Carrington poderia causar pesados danos sociais e econômicos. A sobrecarga poderia ser acompanhada de blackouts de radiopropagação e falhas nos satélites de comunicação e GPS, ocasionando a queda dos sistemas bancários e serviços emergenciais. Devido à falha os transportes também sofreriam com problemas de abastecimento de todos os tipos e os hospitais entrariam em colapso por tempo indeterminado.
O estudo de 2009 mostrou que a extensão do problema está diretamente ligada ao tempo necessário ao reparo das linhas de transmissão. A substituição de transformadores de milhares de toneladas não é imediata, podendo levar semanas ou até meses para ser concluída. As perdas estimadas pela equipe ultrapassariam 2 trilhões de dólares, cerca de 20 vezes mais que os custos do furacão Katrina.
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