sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Grã-Bretanha abre centro de meteorologia espacial

O centro, que reúne pesquisadores britânicos e americanos, fará previsões da ocorrência de tempestades solares sobre o nosso planeta


(BBC/Terra) O serviço Nacional de Metereologia da Grã-Bretanha abriu nesta quarta-feira um novo centro dedicado a analisar a influência de tempestades solares sobre a Terra.

Quando são muito intensas, essas tempestades podem afetar satélites, redes de energia e comunicações por rádio.

O novo centro reúne especialistas britânicos e americanos e será responsável por fazer previsões da ocorrência destas tempestades.

"O clima no espaço é uma ameaça séria, com o potencial de afetar significativamente nossa sociedade e economia", disse o ministro de Ciência britânico, Greg Clark.

As variações do clima espacial são reconhecidas há tempos como uma questão séria, mas, de acordo com especialistas da área, a maior dependência da tecnologia no século 21 tornou a sociedade ainda mais vulnerável.

Apagões
As explosões registradas no Sol afetam a infraestrutura terrestre. A radiação emitida pela estrela nas piores tempestades pode levar redes elétricas a se sobrecarregarem, gerando apagões.

"Estamos trabalhando para nos proteger", disse Mark Gibbs, diretor de metereologia espacial do serviço britânico. "As previsões ajudarão a tomar medidas para mitigar os riscos e evitar problemas ainda maiores."

Ao tratar desta questão, cientistas costumam relembram uma tempestade especialmente intensa ocorrida em 1859. Descrita pelo astrônomo inglês Richard Carrington, a explosão não só produziu auroras boreais espetaculares ao redor do mundo como também fez com que a fiação das então estações de telégrafos explodisse.

Um estudo realizado pela seguradora Lloyds of London em 2012 concluiu que um outro evento como este geraria danos críticos a transformadores da rede elétrica dos Estados Unidos, gerando um apagão que duraria no mínimo 16 dias.

As perdas econômicas iriam variar entre US$ 0,6 trilhão a US$ 2,6 trilhões.

"Nos últimos 25 anos, ganhamos uma compreensão muito grande de eventos naturais, como enchentes e furacões, por meio da ciência e de modelos computacionais", diz o relatório do estudo.

"Precisamos fazer avanços semelhantes na metereologia espacial."
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