quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Como o Sol ameaça as telecomunicações
Reconexão magnética
(Inovação Tecnológica) Você já deve ter ouvido falar muitas vezes sobre as tempestades e erupções solares e as ameaças que elas representam para os satélites de comunicação e a infraestrutura elétrica.
Esses impactos acontecem em decorrência de um fenômeno chamado "reconexão magnética", que é estudado por uma área conhecida como astrofísica de plasmas.
Estudado, mas ainda não compreendido.
Durante a reconexão, as linhas dos campos magnéticos no plasma solar se separam, como que ricocheteiam, e se reconectam violentamente, liberando a energia magnética na forma de energia cinética e calor.
Em outras palavras, os campos magnéticos transformam-se em "canhões" que disparam partículas altamente energéticas para o espaço, vez ou outra no rumo da Terra.
Mas os cientistas ainda não sabem como a reconexão transforma a energia magnética nessa energia explosiva.
Uma primeira indicação veio agora de um experimento realizado no Laboratório Princeton de Física dos Plasmas, nos Estados Unidos.
Energia no plasma
O experimento MRX (Magnetic Reconnection Experiment) permitiu pela primeira vez identificar o momento da reconexão e medir a quantidade de energia magnética que se transforma na energia cinética das partículas carregadas.
Os resultados mostraram que a reconexão converte cerca de 50% da energia magnética, com um terço da conversão resultando no aquecimento dos elétrons e dois terços resultando na aceleração de íons - núcleos atômicos carregados eletricamente - no plasma.
Extrapolando os dados para um corpo celeste das dimensões do Sol, essa energia convertida pode igualar a potência de milhões de toneladas de dinamite em cada evento.
O experimento também deu indícios sobre como o processo de reconexão pode se encadear. A reconexão primeiro energiza e impulsiona os elétrons, criando então um campo elétrico que se torna a fonte primária de energia dos íons.
Os resultados poderão ser avaliados a partir do próximo ano, quando a NASA pretende lançar a missão MMS (Magnetospheric MultiScale), um conjunto de quatro sondas espaciais que observará o fenômeno da reconexão em ambiente natural - no Sol e no seu caminho para a Terra.
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