quarta-feira, 4 de setembro de 2013

EMBRACE Esclarece Sobre Mudança dos Polos do Sol


(INPE/Brazilian Space) O Sol reverte seu campo magnético em ciclos de aproximadamente 11 anos, quando seu polo norte passa a ser o sul e vice-versa. O fenômeno acontece no período conhecido como “máximo solar”, que vem sendo acompanhado pelo Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (EMBRACE) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Joaquim da Costa e Clezio De Nardin, pesquisadores do EMBRACE/INPE, falam sobre as características da reversão do campo magnético solar no artigo disponível aqui.

“A reversão do polo Norte do Sol acaba de ser observada, indicando que estamos a apenas alguns meses da mudança do polo Sul”, explicam os pesquisadores. “A mesma dinâmica é responsável pelo reforço do campo nas manchas solares, cuja contagem define o ciclo solar. E essas manchas armazenam uma imensa quantidade de energia capaz de ejetar bilhões de toneladas de cargas elétricas e campos em direção à Terra. Então, sempre que a contagem de manchas na superfície solar atinge o seu número máximo, estamos no pico do ciclo de atividade solar”.

Para estudar fenômenos solares e suas consequências, o INPE mantém o EMBRACE, cujas atividades foram recentemente destacadas durante o aniversário de 52 anos do instituto. Confira aqui a apresentação realizada na cerimônia.

No Centro de Previsão do Tempo no Espaço do EMBRACE/INPE são compiladas as informações em tempo real sobre o ambiente entre o Sol e a Terra e diariamente são emitidos alertas e boletins. As informações estão disponíveis no site do INPE (www.inpe.br/climaespacial) ou pelo Twitter (@climaespacial).

Clima Espacial
O EMBRACE monitora a atividade solar, o meio interplanetário, o campo magnético terrestre e as condições ionosféricas. Estuda fenômenos como tempestades geomagnéticas e bolhas de plasma, capazes de causar interferências em sistemas de satélites de posicionamento, como o GPS, além da possibilidade de induzir correntes elétricas em transformadores de linhas de transmissão de energia, por exemplo.

“Nossas informações são úteis para operação de satélites, sistemas de navegação de aeronaves e até plataformas de petróleo. È uma demanda da sociedade”, disse Clezio De Nardin que, durante a apresentação no aniversário do INPE, anunciou a realização de um workshop de usuários, no dia 11 de outubro, com a participação de empresas como Embraer, Azul e Furnas, entre outras, além de instituições governamentais.

Tempestades geomagnéticas são tumultos na alta atmosfera provocados por erupções do Sol e podem interromper momentaneamente o trabalho de satélites. Outras áreas também podem sofrer perdas por causa desse fenômeno, como o setor de telecomunicações, a estabilidade de usinas nucleares, sistemas de defesa nacional, entre outros.

Esses fenômenos são particularmente mais intensos no ambiente espacial brasileiro, devido à grande extensão territorial do país, distribuída ao norte e ao sul do equador geomagnético, à declinação geomagnética máxima e à presença da Anomalia Magnética do Atlântico Sul. A ocorrência de bolhas de plasma na ionosfera (responsáveis por aumentar o erro do GPS) também é mais frequente no Brasil.

O EMBRACE/INPE oferece informação em tempo real, na internet, e realiza previsões sobre o sistema Sol-Terra para diagnósticos de seus efeitos sobre diferentes sistemas tecnológicos, em áreas como navegação e posicionamento por satélite (aeronaves, embarcações, plataformas petrolíferas, agricultura de precisão), comunicação (satélites geoestacionários, aeronaves), distribuição de energia (linhas de transmissão, dutos de distribuição de gás natural e petróleo), além dos sistemas de defesa nacional.

Por meio de estudos sobre os processos eletrodinâmicos da ionosfera equatorial e de baixas latitudes, os pesquisadores do INPE monitoram parâmetros físicos como características do Sol, do espaço interplanetário, da magnetosfera, ionosfera e da mesosfera.

O monitoramento do clima espacial é resultado de décadas de pesquisas no INPE, que, criado em 1961, teve suas primeiras atividades voltadas para as ciências espaciais e atmosféricas. O pioneirismo nos estudos dos processos básicos da interação Sol-Terra, realizados através de observações e abordagem teórica e simulação computacional, resultou nos últimos anos na criação do EMBRACE.

Mais informações na página www.inpe.br/climaespacial
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E mais:
Nasa revela como o Sol inverte seus polos a cada 11 anos (UOL)

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