terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Atividade solar: Muito, muito longe de um Halloween Storm



(Apolo11) Com o pico do ciclo solar 24 praticamente atingido, deveríamos estar presenciando uma atividade solar bastante pronunciada, com muitas explosões e tempestades geomagnéticas, mas isso não está acontecendo. O Sol continua quieto e muito longe de uma mega explosão.

Talvez você nem se lembre mais quando foi a última tempestade solar intensa, daquelas de chamar a atenção até mesmo dos apáticos telejornais brasileiros.

Isso acontece porque nem mesmo no ano passado, no ano em que o mundo não acabou, tivemos uma tempestade solar de arrepiar, com chances reais de algum blecaute de energia elétrica devido às induções de energia nas redes de transmissão.

A previsão de atingirmos o pico do ciclo solar 24 é na metade do mês de maio, mas se depender dos humores do Sol, isso será apenas uma previsão sem confirmação. O Sol continua quietinho e o número de manchas solares - responsáveis diretamente pelas explosões solares - é tão baixo que poderíamos dizer que o Sol está de cara limpa. Muito diferente do Halloween Storm.

Halloween Storm
Entre o final de outubro e início de novembro de 2003, nosso Sol passou por um dos momentos de maior atividade já registrada, produzindo uma sequencia emblemática de explosões extremamente fortes que atingiram nosso planeta. Como o evento ocorreu próximo ao dia das Bruxas nos EUA, foi batizado por pequisadores estadunidenses de Halloween Storm.




Durante os dias do evento o Sol produziu diversas explosões maiores que Classe X17, que lançaram em direção à Terra bilhões de toneladas de partículas carregadas. No primeiro impacto das partículas, o índice KP que mede a instabilidade ionosférica atingiu o nível 9 e a tempestade geomagnética que seguiu durou cerca de 60 horas, produzindo auroras boreais visíveis até em Miami.

Em 4 de novembro de 2003 ocorreu a maior tempestade solar já registrada por instrumentos. De acordo com os pesquisadores, essa rajada atingiu a classe X28. Alguns estudos mostram que esse valor pode ter sido ainda maior e o nível de raios-x pode ter atingido a impressionante classe X40.

Para que o leitor tenha uma ideia da violência do evento, a explosão danificou 28 satélites, uma sonda na órbita de Marte e provocou um apagão na Suécia. Além disso, foi registrada por diversas naves interplanetárias, entre elas a Voyager, na época na orbita de Plutão. O satélite SOHO, que registrava o evento, ficou momentaneamente cego pela descomunal quantidade de energia que atingiu seus sensores.

Por sorte, a área mais densa das partículas ejetadas não atingiu a Terra diretamente, passando de raspão pelo nosso planeta.

Considerando que atualmente nosso Sol quase nem manchas apresenta, será que ainda teremos tempo de testemunhar um evento parecido com o Halloween Storm? Dá pra encarar?

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